Mar me quer

30/09/2009

Não, não estou desfolhando uma flor... estou apenas pensando literariamente. Para semana passada nossa leitura obrigatória em Literaturas Lusófonas II era MAR ME QUER, do moçambicano Mia Couto (obra adaptada juntamente com Natália Luíza).

Para não ficar fazendo resumos e ir direto ao ponto do que quero, que não é exatamente comentar o texto e sim fazer uma ligação com a realidade (a minha, é claro), abaixo algumas orientações sobre o texto, que óbvio retirei de outros lugares e dou as devidas referências.

Uma das capas do livro:

Fonte desta capa:



E a ficha técnica, que retirei de um outro site:

Mia couto- mar me quer

por Linda Oliveira o Seg 7 Maio 2007 - 23:03
Ficha de leitura

Livro: Mar me quer
Autor: Mia Couto
Data de edição: Fevereiro de 2001
Editora: caminho SA
Gênero: romance/novela


Resumo:

Este livro retrata a história de Zeca Perpetuo e da Dona Luarmina. Zeca era então um homem já de certa idade, doente e apaixonado por Luarmina, esta por sua vez era uma velha gorda e feia e que não correspondia ao amor de Zeca apesar de sempre o tratar como um grande e bom amigo. A acção é passada numa aldeia em Moçambique muito perto do mar, e pode-se dizer que é aqui, no mar, que toda a história começa. Ou seja Zeca prometeu ao pai a quando a sua morte que iria todos os dias ao mar cuidar da sua amada supostamente morta, mais tarde Zeca descobre que essa mulher não morreu e que se trata de Luarmina mas até lá esta história passa por todas as histórias de Zeca enquanto pescador. Ao longo dos anos de paixão por Dona Luarmina, a doença de Zeca agrava-se, acabando livro com a sua morte.

Citações favoritas:
· Sou feliz só por preguiça. A infelicidade dá uma trabalheira pior que doença: é preciso entrar e sair dela, afastar os que nos querem consolar, aceitar pêsames por uma porção de alma que nunca chegou a falecer;

· Lançamos o barco, sonhamos a viagem: quem viaja é sempre o mar;

· A vida é tão simples que ninguém a entende;

Veja mais em: Vertentes
 
 
Agora sim, entrando no assunto e pensando nos ditos da pessoa que fez o resumo:
Pobre da dona Luarmina, beleza é algo subjetivo. No texto, na leitura, a tua imaginação é que faz a pessoa e não vi uma pessoa feia. Vi uma pessoa que viveu... mesmo que alguém julgue que tenha vivido erradamente, mas o que é certo? O fato de acabar o livro com a morte de Zeca Perpétuo não está explícito e quem disse que existem somente finais felizes? Na verdade a sutileza está presente em todo o livro e faz dele uma leitura leve, rápida e (para mim) bonita.
 
As citações eu resolvi aceitá-las porque de "vero" são muito boas.
1) Já que muitos buscam a felicidade, correm feito loucos atrás dela e às vezes se percebem perdidos, correndo em círculos, julgando jamais tê-la encontrado. É, a felicidade é rara... ou melhor, ela é tão sutil que poucos percebem quando a estão vivendo. Costumo dizer que sou feliz, acontece que felicidade é estado de espírito... alegria é estado de ânimo (penso que são sentimentos distintos). Por isso falo: Eu sou feliz, acontece que sou triste. E como tristeza dá e passa, que ótimo. É bem passageiro. É bom um pouquinho de tristeza para dar devido valor à alegria quando temos nossos momentos dela.
 
2) Não navego... mas, posso dizer que a vida seria comparada ao mar. Estamos tão perdidos em querer conduzir tudo que esquecemos que não somos os próprios condutores de nosso rumo. E adoro aquela frase que diz: o caminho se faz ao caminhar. Acaba dando-me certa liberdade para dizer que posso mudar os caminhos, desistir daquela trajetória que antes eu quis e que agora está me machucando. Ah, vocês podem dizer que é mudar ao sabor do vento... Então pergunto: para que vivemos se tudo fosse estático, já predestinado e não pudéssemos decidir nada na caminhada?
Esse mar que tanto falam as literaturas lusófonas, será que é o mesmo que eu vejo? Talvez não. Precisamos debater... (rsrs). Não há teorias literárias que dêem conta de sentimentos.
 
3) E para terminar: "A vida é tão simples que ninguém a entende". Aí eu penso em uma das últimas postagens, em que eu dizia que as pessoas querem tudo na emergência. Tudo bem se não pensas igual a mim. Não ficarei chateada (e aí cito outra pessoa em "Minhas lágrimas não caem mais, já me transformei em pó" - Duca Leindecker) porque se eu sofro, choro ou fico triste apenas eu sou capaz de resolver esse probleminha. As soluções estão sempre dentro da gente, mesmo que estejamos de olhos fechados e não consigamos enxergá-las.
 
Neste semestre foi o melhor livro. Que bom. Senão ia ficar tão chateada de ler tanta coisa por obrigação e não ter prazer na leitura. Mas, pensando bem, todos precisamos nos adaptar às convenções sociais (aquelas que uma amiga minha não gosta), até mesmo quando as estamos infringindo já admitimos sua existência e o fato de que pensamos em aceitar ou não. Por que eu estaria dizendo tudo isso? Simplesmente porque não desfolho flores, não penso em diários de adolescente, mas minha alma às vezes se enche tanto que aqui me parece o único espaço para transbordar o que aperta e sufoca o peito.
 
O mar me quer... a lua longe me faz perder o juízo (será?)... os medos são bichinhos assustados escondidos no canto da sala incapazes de superar o que assusta e explorar o espaço inteiro.
 
Viver é apenas viver. Amar é apenas amar. Simples assim. Por que complicam tanto a cabeça da gente?

2 comentários:

Anônimo disse...

olá :)
gostei muito post! mas gostaria de saber: das citaçoes que resolveu aceitar, a primeira é de quem, vem no livro?
obg ;)

Márcia Patrício disse...

Caro, Anonimo. As citaço~es que aparecem neste post aparecem todas no livro. De nada :)

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