observação 1

27/04/2010

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Decidi fazer o mesmo que a Deise (http://ideiasinsanaspontocom.blogspot.com) e publicar o meu Diário de Estágio aqui no blog. Então vamos a ele. 

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Minha primeira observação da turma. São 27 alunos (ao menos neste dia), com idades entre 11 e 15 anos, sendo a maioria meninas. Bastante curiosidade por parte deles, perguntam quanto tempo vou ficar, se a professora não vai mais dar aula para eles, que idade eu tenho, etc. e tal. A princípio me deu uma sensação de insegurança por pensar que posso não ter domínio de classe.
Surge também a questão sobre a adequação da minha proposta inicial de Projeto de Ensino, que eu tentaria fazer uma adaptação do "Infância: aqui, lá, em qualquer lugar", que foi um projeto que elaborei para uma disciplina e gostaria de colocá-lo em prática. O tema não é apropriado para estes alunos, mesmo eles estando na 6ª série, certamente não gostarão de serem tratados como crianças e o trabalho pode não fluir legal. 
Então, agora tenho dois pontos a organizar: um novo projeto (novo foco de estudo) e adequação dos conteúdos programáticos ao trabalho com Literatura. É certo que precisamos ter novas experiências e como eu venho focando mais na Linguística e nos Gêneros Digitais, pensei que poderia ser muito proveitoso tentar trabalhar com o literário em aulas de Língua Portuguesa no Ensino Fundamental. Os alunos dizem que não gostam da aula de Português e têm motivos para isso. Ficar decorando regras e apenas memorizando, sem fazer uso dela em quase momento algum não é uma boa atividade. 
A exemplo da afirmação posso citar Marcuschi (2008 apud MELO, 2008) ao dizer que "compreender é uma atividade colaborativa que se dá na interação entre autor-texto-leitor ou falante-texto-ouvinte (...) A compreensão é também um exercício de convivência sociocultural" e deste modo é necessário  entender que o processo de ensino-aprendizagem de Língua Portuguesa precisa proporcionar espaços de convivência do aluno-leitor com o literário, além de propiciar a construção significativa do conhecimento da língua, deixando de ser mera memorização de regras gramaticais.

Referência:
MELO, Jeane Maria de. O lugar do texto literário na diversidade imagética dos gêneros textuais. In: XI Congresso Internacional da ABRALIC: Tessituras, Interações, Convergências. USP - São Paulo, 2008.
(Disponível em: http://www.abralic.org/anais/cong2008/AnaisOnline/simposios/pdf/022/JEANE_MELO.pdf)

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Semana que vem volto à escola, pois nesta semana estarei em Pelotas, apresentando trabalho no VI Seminário Nacional de Linguagem e Ensino, com o tema "A internet na aula de Português: quando o texto está na tela do computador". Até a próxima.

(in)decisões

21/04/2010

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Alguma vez já te pegaste pensando que optar por este ou aquele caminho é bastante complicado? Certamente sim. Nem sempre tomar decisões é razoavelmente fácil. Incrível também quando decidimos mudar uma situação, não importando se as consequências não nos serão muito agradáveis. Esta é uma postagem extremamente de assunto pessoal, sem falar de coisas da faculdade ou situações ligadas à educação. Longe da àrea da educação, e sim, do meu total despreparo para assuntos do coração. E como comentou a Ester em certa ocasião se eu não teria vergonha de falar sobre tais temas e respondi que não, afinal de contas de quem eu estaria falando o leitor não saberia. 
Eu venho há meses tentando terminar uma história de (des)amor. Entre parênteses sim, porque não é uma história em que envolve este sentimento, porém não é uma relação de ódio. Honestamente, não sei como definir. Mas, continuando, há meses tenho tentado dar um ponto final na minha história cansativa. Diversas vezes eu disse não e o telefone sempre tocava. O ex sempre querendo voltar, mesmo sem no mínimo me ver. Dizendo que havia mudado, mas mudado em relação a quê? Nem ele sabia. 
Eu demorava a atender, mas tamanha a insistência, às vezes cedia ao toque do telefone e lá estava eu ouvindo aquela conversa outra vez. Duas vezes aceitei o retorno, mesmo não tendo visto o menino, mesmo fugindo do encontro. Tudo no intuito de que ele desistisse em função do meu desinteresse. E eu sabia que minha vontade mesmo era de provar-lhe que não ele tinha mudado nada em seu comportamento estúpido. Ainda assim ele julgava ser uma pessoa melhor. Porém, continuava egoísta. Sempre me perguntava se eu cederia a outra vontade dele... coisa que eu não estava a fim de fazer. Dado a total inapetência. Exatamente por isso passei a não querer vê-lo e inventar desculpas quando ele estava na cidade. Eis aí outro problema: ele não trabalha aqui... eu não confio nele... eu não senti falta dele um só momento sequer. Como iria querer estar ao lado de alguém que não me faz falta?
Sábado levei um tombo de moto, mas saí de casa decidida a resolver a situação, dizendo: Hoje eu resolvo esta situação. E se imaginasse que o que eu fiz seria tão eficaz, já teria feito antes. Julgue mal, julgue bem, só vivendo para sentir e saber o que te causa dor ou alívio. A sensação de liberdade que dá de ouvir a pessoa dizer que nunca mais quer te ver é indescritível, o único porém é o orgulho ferido. Por que ele não aceitou meus vários nãos? Por que tinha que se sentir o importante? Esta é uma característica idiota de certos homens, a noção de que a mulher vai morrer de solidão se não estiver com eles. Ledo engano. E fui salva pelo gongo. Também pelo freio da moto, hehehe. Ninguém sinalizou que a curva estava ali... e lá fui eu para o chão... alguns roxões, mas coração livre para quem sabe descobrir o amor leve e sem cobranças.
E pensando no ex, espero que um dia ele melhore. Não para mim, não é o tipo de homem que eu quero. Preconceito? Não. Mas, ele acha perda de tempo que eu leia. Meus olhos tem um horizonte diferente do dele. Ele, provavelmente, crerá que estou triste por haver quebrado as correntes que nos prendiam, já eu  posso dizer que ele fez o que eu queria... que me deixasse em PAZ.

Menino de mochila rosa

15/04/2010

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Noite passada embarcou no ônibus um menino usando uma mochila rosa. Nessa mesma noite eu decidi tomar apenas um ônibus para voltar pra casa e da Uergs até o centro fui a pé. Primeira observação feita: um homem de moto conduzia uma moça cadeirante (uma cadeira motorizada), com a finalidade de protegê-la do trânsito. Logo mais adiante vários rapazes no posto de gasolina e nem vi se estariam bebendo, pois tinha pressa. Então, continuei e da Urcamp até o Centro Antoniano nada de especial, ao menos que recheie este texto.
Estando na parada de ônibus (aqui é diferente, não se diz 'ponto') vi quando um casal de namorados e uma amiga passava do outro lado da rua. Houve um momento em que o menino parou na frente da namorada e para quem via de longe parecia estar brigando. O modo como a moça balançava a cabeça dava a impressão de que discutiam, provavelmente por algo bobo, já que o namorado “tascou-lhe” um beijo e continuaram sua caminhada.
Era noite de jogos - tanto Copa do Brasil, Libertadores da América. Tinha também clássico Ba-Gua, traduzindo: Bagé x Guarany. E no Centro Antoniano a bola rolava num futebol de salão sem profissionais, um jogo de fim de noite para descontrair, correr, fazer exercício e tal. Na televisão mostravam Grêmio e Avaí, no rádio vários outros, um menino que estava por ali ditou todos os placares de jogos da noite até aquele momento. E era engraçado ver que cada um queria saber mais que o outro sobre classificação e próximos adversários.
O ônibus chegou, embarquei. No rádio a narração do Ba-Gua. Já estava em 51 min de jogo. Está bem, não entendo das regras, mas sei que o normal são dois tempos de 45, podendo passar um pouco, mas daí aumentar em seis, certamente algum problema teria acontecido. E lá vai o ônibus por seu itinerário, até chegar na curva da Emílio Guilain com Pe. Abílio. Há uma quadra do estágio Visconde de Magalhães Rossell (puxa, dizer todo o nome do estádio, que pomposo, não acham?), o estádio do Guarany, embarca no ônibus um menino de mochila rosa. Não um menino efeminado, ao menos não me pareceu e, sim, um garoto que deveria estar voltando de um jogo de futebol, pois trajava calção preto, camiseta verde escuro, chuteira e meião.
Estive lendo sobre a tradição de usar rosa apenas para as meninas e há diferentes versões, em uma delas diz que é em função de uma lenda europeia que dizia nascerem de uma rosa as meninas e os meninos de repolhos azuis. Pobres crianças, além de serem fadadas a viver estigmatizadas pelas cores, tinham de crer em lendas que diziam serem oriundos do reino vegetal.
E apenas para não me estender (vá que o leitor se canse de mim), conto que ao passar pelo estádio do Guarany havia uma confusão ao término do jogo, muitos homens tumultuados, nenhum vestindo rosa. Enquanto isso, no ônibus, o menino da mochila rosa seguia, quieto, sem sequer imaginar que hoje eu falaria dele para pensar nas situações que dizem ser mais tendentes aos homens ou às mulheres. E também porque fiquei muito contente em vê-lo usando uma cor de meninas.

P.S.: Eis um exemplo de como não saber terminar um texto.

sem título

11/04/2010

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Quinta-feira apresentei (de novo) um trabalho sobre o TCC. Na verdade é o seguinte: no último semestre a prova oral de Espanhol era em formato de seminário, sendo que cada aluna deveria apresentar um determinado tema que escolhesse. Eu decidi falar sobre como elaborar um trabalho acadêmico e recebi um convite para apresentar novamente ao começar o semestre deste ano, para toda a turma, que no caso é a união da minha turma (vest 2007) com a turma anterior (vest 2006). Eu aceitei apresentar, claro, não é tão ruim assim. Ou melhor, não deveria ser, mas acontece que poucas pessoas do 06 não olham para a gente do 07 com desdém e esta é uma situação chata. E mesmo não falando da parte metodológica do como elaborar a monografia, senti como se não fosse um bom tema... ou melhor dizendo: apesar do convite ficou me parecendo que as meninas do 06 não se importaram muito com o assunto e, consequentemente, o professor passou a não dar muita importância. Será que é impressão minha ou houve sabotagem?

Bom, não dá nada. As pessoas amadurecem é através das adversidades, mas conforme suas atitudes diante delas. Não sei o nível da minha maturidade, mas hoje já não me importo muito com essas frescuras de sala de aula, em que há os preferidos pelo professor e há os "escanteados". Neste caso, não há como reverter certas situações, o bom mesmo é ter consciência de quem se é e do que se quer (ter ou ser) e deixar para lá esses joguinhos de vaidades e de afinidades. 

Pensando bem, o que eu quero mesmo é o meu diploma. E tomara que consiga fazer com ele o que desejo, porque sinceramente é muito triste quando a gente só tem ele guardado. E quanto às caras de nojo não posso fazer nada... um dia elas enrugam. rsrsrsrsrs