Aula 02

24/05/2010

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Data: 21 de maio
Carga horária: 01 h/a
Conteúdo: Poema e características observadas

Bem, como na aula anterior tive problemas quanto à disciplina dos alunos, resolvi que deveria mudar um pouco minha estratégia de aula. Então, já que a ideia inicial era de fazer com que eles pensassem sobre os textos que havia levado, os quais os alunos não se importaram muito, pensei que de repente deveria levar conteúdo para copiar do quadro. Pois bem, foi o que fiz. Levei o poema "Nome da gente", de Pedro Bandeira, para começar com a discussão sobre as características que reconhecem no texto.

O mural de poemas proposto para esta aula não foi elaborado, pois os alunos não levaram o material solicitado mais importante: poemas de que gostassem. E como a aula ficou reduzida, também não daria tempo. Quando a isso, explico: as aulas de sexta-feira são nos dos últimos períodos, mas houve mudança de horário e a professora titular me avisou por telefone. Deste modo tive disponível apenas 1h/a para o trabalho. Planejei com a turma de que eles levem poemas na próxima aula (quarta-feira) e espero que realmente levem, para que enfim façamos o Mural de Poemas da turma.

Uma observação importante a fazer é o fato de a professora regente da turma avisar que as aulas tiveram horário alterado, já que as colegas de semestre anterior disseram em seus relatos que este seria um problema que poderia ocorrer no estágio: irem até a escola e por não saberem que o horário foi trocado perderem de ministrar suas aulas naquele dia.

Com relação ao comportamento dos alunos tenho a dizer melhorou um pouco, não muito é lógico. Mas, isto apenas aconteceu porque a professora regente da turma teve uma conversa com eles antes de que eu chegasse à escola. Ela interviu na turma para que o estágio tenha bom andamento e este é, para mim, um bom indício de sua condição de professora, pois em algumas situações as titulares da turma não colaboram para o bom andamento do trabalho do estagiário. Parecem não se importar se o trabalho está andando bem ou não, como se estivessem apenas esperando que aquele período passe o mais rápido possível para poder voltar à sua rotina anterior ao estagiário invasor.

Um dos alunos que mais atrapalham ficou bastante comportado neste dia, o que me surpreendeu bastante. Mas isso não me deixa 'relaxar' com relação à tensão de ser estagiária. Uma outra aluna, que costuma falar em um tom de voz super alto, não foi a aula neste dia, o que acho que contribuiu também para que parecesse menos barulhenta a aula desse dia. Havia pensado em trocar de turma, como falei na observação da aula anterior, mas com o comportamento deste dia verifiquei que dá para tentar levar adiante. Uma pena que vou ter que sistematizar conteúdos teóricos bem mais do que o previsto com a finalidade de mantê-los concentrados em copiar os conceitos a serem trabalhados no projeto. A diferença é que agora não vejo isso como desfocalização do meu trabalho e, sim, uma nova forma de organizá-lo.

Com isto, volto-me a pensar em planejamento, ainda que seja hipotético das atividades e ações que posso desenvolver com minha turma de estágio. Considerando Leal não posso esquecer que "o que é importante, do ponto de vista do ensino, é deixar claro que o professor necessita planejar, refletir sobre sua ação, pensar sobre o que faz, antes, durante e depois." Então, devo ater-me mais ao planejamento e menos em tentar mudar um fazer pedagógico que nem existe ainda, isto é, minha prática docente está recém em formação. Como mudá-la se ainda não pude verificar se funciona desta ou daquela maneira melhor que de outra forma?

Referência:
LEAL, Regina Barros. Planejamento de ensino: peculiaridades significativas. In.: Revista Iberoamericana de Educación. ISSN: 1681-5653. Disponível na internet via: URL: http://www.rieoei.org/deloslectores/1106Barros.pdf acesso em 14 de maio de 2019.

Aula 01

22/05/2010

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Posso considerar minha primeira aula quase um desastre. Talvez a minha noção de que o professor deve ser o mediador entre o aluno e o conhecimento tenha feito com que eu me perdesse na primeira tentativa de ministrar uma aula.
Fui apresentar a proposta de trabalho, combinar com os alunos como trabalharíamos no período de duração do estágio, mas não deu muito certo. Levei uns poemas para que eles lessem, pudessem agir sobre o objeto, ou interagir entre si, dar suas opiniões e aí foi que coloquei tudo por água abaixo, pois imagino que para a primeira vez deveria ter levado materiais bem teóricos mesmo, sem essa de inovação. Ora vejam só, eu dizendo isso, seria uma heresia, se tanto prego a aula diferente. Porém, nem tudo é como se imagina que seria e percebo que em determinados momentos a sistematização pura e simples se torna o único modo de fazer com que os alunos prestem um pouco a atenção, pois pode haver confusão entre mudar o ritmo de aula com deixar de ensinar, isto é, parece que quando o professor muda a metodologia a que estão acostumados a ter em aula é como se esse professor não soubesse o que está fazendo.
Percebi que quando eu escrevi no quadro para mostrar-lhes alguns conceitos que poderemos trabalhar durante as 17h/a, alguns me perguntavam se era para copiar. Até sobre o tempo estimado do período de estágio houve a pergunta: “- Professora, é pra copiar?”. Então, decidi que as inovações serão em menor incidência, já que eles não estão acostumados, o que eu lamento, mas se não há outro modo, eu me adapto.
De repente a visão que eles têm é de que a aula é com copiar do quadro, professor cheio de livros e cadernos e quando chega uma estagiária (uma ainda não-professora) sem muitos livros e sem passar muita coisa no quadro, uma pessoa que está estudando (assim como eles), essa professora pode não saber o que está falando. Ao menos foi a sensação que tive.
Pensei em mudar de escola ou no mínimo de turma porque achei que seria impossível trabalhar com a minha turma, pois eles não ficaram quietos um só instante. Foram 02 h/a sem condições de falar. Conversei com minha titular sobre isso e decidimos esperar a próxima aula para que eu me resolvesse a continuar com eles ou mudar de turma.
Mas, como desistir agora? Tempo hábil até teria... o que não posso é desistir da luta no primeiro obstáculo. Problemas existirão sempre, então o jeito é enfrentá-los, ainda que seja no estágio, até porque quando estiver atuando já terei um conhecimento mínimo das adversidades que encontrarei pela frente.
Ah, o título do meu projeto, que nem sei ainda se foi avaliado e aceito pela minha orientadora é Laçando ideias, entrelaçando poemas: explorando a poesia no ensino fundamental. Justificativa para o título? Ah, sim, claro. Eis aí: Muitas foram minhas ideias iniciais para o estágio, e também, várias as ideias dos alunos, de tal modo que devo laçá-las a fim de entrelaçar o máximo de ideias possíveis e com a turma tecer os poemas dos ‘meus’ alunos de estágio. Isto tudo aproveitando que um dos conteúdos do 2º bimestre é poema. E no final das contas pretendo que, juntos, elaboremos um livro (Coletânea de Poemas) e, se possível, um áudio-livro.
Espero que dê certo... isto é, que eu consiga realizar o estágio.

Um poema...

18/05/2010

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para começar o gostinho do meu estágio.

Leilão de Jardim

         Cecília Meirelles
 Quem me compra um jardim
com flores?

borboletas de muitas
cores,

lavadeiras e pas-
sarinhos,

ovos verdes e azuis
nos ninhos?

Quem me compra este ca-
racol?

Quem me compra um raio
de sol?

Um lagarto entre o muro
e a hera,

uma estátua da Pri-
mavera?

Quem me compra este for-
migueiro?

E este sapo, que é jar-
dineiro?

E a cigarra e a sua
canção?

E o grilinho dentro
do chão?

(Este é meu leilão!)

observação 3

14/05/2010

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Minha terceira observação foi na quarta-feira, dia 04 de maio. Fomos com a turma até a Biblioteca para escolher livros e depois fomos para o pátio. Como em toda aula fora da sala de aula, a dispersão foi maior do que se fosse dentro dela, mas não foi uma situação constrangedora, sendo que no segundo período eu fiquei responsável por eles, pois a professora precisou atender outra turma que ficou sem professor.
Incrível como parece uma novidade tremenda a leitura para eles, especialmente poesia. Como observado na Avaliação Diagnóstica eles têm preferência por fábulas, talvez seja porque ano passado trabalharam com este gênero no último bimestre (na 5ª série).
Há sempre aqueles que não se importam com a atividade, correm pelo pátio, inventam gracinhas e deixam de fazer o proposto, em compensação acho que foi considerável o número de alunos que se fizeram leitores naquele momento.
Hoje não tenho muita reflexão sobre a observação da aula, apenas sobre o grande problema de elaborar o projeto de ensino a ser trabalhado durante meu estágio. Eu ainda não consegui sentar e ler, refletir realmente sobre o meu trabalho. Bem feito, quem mandou não conhecer nada sobre Literatura, métrica, rima, verso, etc. Vá que eles me perguntem coisas deste tipo, como ficarei, sei que não sou obrigada a saber tudo, mas vai ser contrangedor.

Meu tema para o projeto é INFÂNCIA, isto é, vou tratar sobre uma fase da qual eles estão saindo e gostaria que produzissem textos (poemas). A ideia inicial está no conto do angolano Ondjaki "O portão da casa da tia Rosa", que faz parte do livro de contos Os da minha rua, lançado em 2007 e que traz diversos contas sobre esta fase da vida do escritor. A partir da visão de que a infância é a mesma fase para crianças de qualquer classe social, cultura, país, etc. eu penso em favorecer a reflexão sobre o tema e espero que eles possam produzir textos a partir disto. Então, vou levar materiais que tratem deste tema (poemas e contos)
Em primeiro lugar, estou pensando em começar com poemas que tratem do fazer poético, do próprio poema e do poeta. Para a segunda aula a ideia é de levar o conto do Ondjaki e também um trecho do livro Transplante de menina, da Tatiana Belinky. Mas, a partir daí eu não faço ideia do que fazer.

E aceito comentários e sugestões...

atividade endereçada...

08/05/2010

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Para as aulas de Produção Textual em Língua Espanhola uma atividade proposta foi a de escrever Instruções para... seguindo Instrucciones para subir una escalera, de Julio Cortazar. Divulgo as minhas (mas, não esqueça dos meus créditos) que são:

Instrucciones para aislarse del mundo

Caro lector, no te asustes con lo dicho, pues aislarse es algo que siempre pasa, aunque sea una sóla vez en la vida, a cualquier persona. Hay aquellos que sufren una decepción amorosa y pasan a vivir aislados durante un buen periodo de tiempo, como si fuera capaz de huir de toda la posibilidad de relacionarse, pero con el tiempo todo eso pasa. A veces aislarse no es un proceso elegido por la persona, es decir, en determinadas situaciones el hecho de estar aislado de relaciones sociales es involuntario porque la gente con quien se convive no sabe lidar con ciertas diferencias. Esse no es el tema tratado aqui em estas instrucciones y vámonos de una vez a ellas. Hace tiempo yo pensaba que no era tan necesario estar rodeado de gente y que tanto hacía la soledad. Una tontería, pues nadie puede vivir aislado en ese mundo y relacionarse es de la naturaleza humana. De cualquier manera me parece que hay mucha gente que desea hacerlo y no es tan dificil, basta seguir estes consejos y será muy rápido aislarse del mundo, aunque no hayas pensado antes sobre la facilidad del acto. Un primer paso será querer ser el mejor en todo y exponer a todos que te sientes así, aunque sepas que no es de todo verdad. Sea la única persona a demostrar que sabe de determinados asuntos y no les cuente nada, porque aquél que quiere aislarse no cuenta a nadie sobre lo que sabe, sólo demuestra que es lo mejor. A veces, sal por la calle mirando hacia el cielo, pues los aislados no miran a la gente, esas no valen nada para ellos. Cuando te invitan a salir para una fiesta o una cena en casa de amigos, no vayas. ¿Para qué irse? La gente que allá estará no es tan buena como tu espejo, ¿no es verdad? Vete por tus pensamientos porque en ellos no le encontrará a nadie. Mira a la gente que pasa por tí con aire de soberba, eso es fatal, pues nada mejor para que la gente desista de hablar contigo que ser arrogante. Comenta con los pocos que aún hablan contigo cosas torpes como decir que no te gusta el modo como la gente se porta o como habla, diga que son unos tontos que no conocen de lo bueno y bello de la cultura. Haz una cara de dolor de barriga a cualquier intento de aproximación, porque no me parece que la gente va a querer ser maltratada por mucho tiempo. Pónte en un pedestal como si fueras intocable. Sé demasiado vanidoso y huraño. Son dos cualidades que juntas no dejan que la gente se acerque. Escóndete em tu casa a los fines de semana, sal de tu casa sólo para trabajar porque tendrás de comer y para eso sólo teniendo el dinero que viene de tu trabajo, pero eso no te impide de tener mala cara allá también. Y por fín, no me agradezca por las sugerencias, los aislados del mundo son gente que se siente arriba de cualquier persona.
Por mim em 07 de maio.

observação 2

06/05/2010

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Seguindo com o propósito de publicar minhas reflexões de estágio. 

Segunda-feira, dia 03, apliquei a atividade diagnóstica e combinamos com a profª titular da turma de trabalharmos com Literatura durante o estágio. Minha atividade tinha muita pergunta. Mostrei para algumas colegas que me disseram que poderia ser exigir demais dos alunos, mas pensei que seu tivesse sido um pouco mais exigida no meu fundamental teria levado um ensino médio bem melhor. Eis algumas perguntas e suas respectivas respostas (não todas as respostas):

Qual tua maior dificuldade na disciplina de Língua Portuguesa? Por quê?
Objeto direto e indireto, não aprendi muito bem; plural dos substantivos; verbos; acentuação; uso dos porquês; adjuntos adverbiais; interpretação e redação. 
Noto que a gramática, mesmo sendo o estudo privilegiado neste nível de ensino é o grande problema mencionado pelos alunos. Mas por quê?

Abaixo, cita o que tu mais gostas de ler
livro didático; poemas e fábulas; gibis; livros como Marley e Eu, Crepúsculo, etc.; contos e matemática. Uma resposta um tanto inesperada, pois não imaginava que poderiam dizer isso. 

Tens livros em casa? Lembras quais?
A vida de Santos Dumont; contos infantis; A hora do cachorro louco; gibis; livros de desenho; livros da série Crepúsculo; livros espíritas; livros de terror; A cabana; além de livros didáticos. 

Também fiz umas perguntas de marcar com X perguntando quem das listas eram: escritor, poeta e escrevia para crianças e adolescentes. Por estas perguntas deu para notar que eles têm pouco contato com a leitura deleite, isto é, se leem é para cumprir uma atividade escolar e não buscam livros nos quais possam imergir na imaginação enquanto leem.
Na segunda-feira a aula é curta, um período apenas. A professora entregou as provas do bimestre. O ruim é que eles demoram a prestar a atenção e quando digo demoram, é demorar mesmo. Mesmo sendo uma turma de maioria composta por meninas, só se ouve os meninos. Lógico que não são todos, mas os poucos que bagunçam tomam conta da situação. Quanto a isto eu não sei o que posso fazer, tenho medo de não ser vista como autoridade por eles, mas espero que me abram espaço para realizar as atividades propostas.

cara de feliz

01/05/2010

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Uma postagem apenas para dar movimentação ao blog.

A Aline e a Ester disseram que eu estava com uma "cara boa", ar de felicidade. Respondi que é o AMOR. Ao começo elas acreditaram, mas não dá pra ficar dizendo aquilo que não é, não é verdade? Ao certo, eu não sei o motivo que deu aparência diferente para que as meninas "enxergassem" brilho no meu olhar. Talvez aquilo que se deixa para trás, um relacionamento que pereceu e ficou apenas na lembrança. Uma relação que por enquanto só deixou o luto, mas que certamente vai se apagando, se esfumaçando, se extinguindo no tempo... isso pode ser o motivo do ar diferente que os outros notam e eu não consigo seque perceber. Talvez a sensação de que não há a mínima chance de arrependimento faça com que o inconsciente sinta-se liberto para sentir outras sensações, outros sentimentos, como se a estrada tivesse mudado ou como se o olhar do viajante tenha agora um novo ângulo, como no Doutor e Miguilim (do Guimarães Rosa).
As cores são as mesmas, mas é a incidência de luz que faz ter este ou aquele tom pode ter mudado um pouco. E com o tempo a raiva vai cedendo espaço... mas, não sei para que sentimento ela cede lugar - só sei que vai liberando meu coração do sabor amargo que ela trazia, o amargo que deixava tudo ao redor um pouco mais cinza. E sobre isso só quem está na situação para entender.
Mesmo que as pessoas ao redor digam e repitam o que deves fazer não é tão simples como se fala àquele que sente o luto do final. E cabe aqui uma citação, já que Shakespeare me diz o que eu quero dizer: Todo mundo é capaz de dominar uma dor, exceto quem a sente. Simples assim! E de qualquer maneira eu preferi viver a dor... sem ela eu não poderia saber como é bom deixá-la prá trás. E hoje dá para pensar no que vem depois, ainda que não saiba o que eu quero para depois e sem imaginar o que virá depois. Mas, é bom ouvir alguém te dizer: 'tu tá com uma cara de felicidade, tá amando?' e melhor ainda, poder responder que é sem motivo aparente.