E no final...

26/07/2010

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Esta noite fechamos o semestre. Relatos sobre a experiência de estágio. Muitas dúvidas, muitas reflexões. Bastante relevantes para tudo, incluindo-se a formação profissional, a formação pessoal.

É sempre bom ouvir a Débora falando, tem uma propriedade incrível, faz pensar em como seria bom se eu tivesse um pouquinho da capacidade que ela tem de expressão. Toda vez que vou falar sobre algo, seja lá o que for, me enrolo, fico insegura, as ideias fogem, as palavras esquecem de comparecer. Por isso a escrita, por vezes, é o meu ambiente seguro, porque dialogo comigo e isso não é loucura minha. Para saber mais: Benveniste.

O projeto da Luísa tinha como base o livro “O pequeno príncipe” e nisto eu me lembro da citação: Foi o tempo que perdeste com tua rosa que fez tua rosa tão importante. (Leia mais). Está presente na obra de Antoine Saint-Exupéry e traz à minha mente a sensação de que com o tempo que passamos na Universidade, sejam quatro ou cinco anos, vai formando laços, as teias como apresentou a Maria Eugênia (atividade feita em seu estágio). Laços que se fortalecem com o tempo e se transformam em amizades, quase sempre.

O Thiago falou dos desafios lançados pelos alunos, que muitas vezes querem provocar uma reação nos professores, uma reação que demonstre que se sente inseguro. Uma reação qualquer que deixe transparecer ao aluno que algumas bases se desestabilizaram. Que sim, conseguiram de algum modo abalar o professor.

O Eduardo citou no relato dele o fato da aula ter sido específica para aquela turma. O que ele deixou bem claro, porque a visão de quem está fora do cenário pode não ser a mesma daquele que está lá. Se eu devo planejar minha aula, eu sei para que público estou planejando. E o relatório deu um cansaço neste rapaz. Muito café. Enfim, o trabalho estava lá, impresso, encadernado, pronto para ser entregue. E olha que no outro estágio ele não tinha gostado da história do artigo, já agora ele preferia o artigo ao relatório. Pois é, as concepções amadurecem, outras continuam as mesmas como disse a Débora.

A Eugênia, que tratará sobre necessidades educativas especiais no TCC, falou sobre a heterogeneidade de uma turma. Em geral, sem que haja em sala um aluno portador de NEE. E me dei conta que em certos momentos dentro da própria universidade alguns de nós (ditos normais) sentiram (ou sentem-se) excluídos por N motivos. E melhor nem começar com a lista de motivos.

A Deise mostrou que a responsabilidade de estar em determinado local em um determinado momento faz com que a pessoa viaje aproximadamente 90km para relatar sua experiência, para depois ir direto para a rodoviária tomar o primeiro ônibus de volta à sua cidade após ter cumprido sua obrigação. Também falou da necessidade de o professor ter o que se chama feeling, um olhar humano do professor para seu alunado. Lidamos com pessoas, não com números e era isso que deveriam todos pensar.

Esta noite fecha o 7º semestre e encaminha-nos ao 8º. E ficam as palavras do Dilmar, que começou o relato contando sobre um treinamento do exército e disse que sentiu que neste estágio teria tudo para “afundar”, mas seguiu em frente. O que mais me marcou na fala dele foi o que às vezes eu me paro a pensar, o fato de que os melhores alunos do curso podem nunca chegar a lecionar. O mestrado e o doutorado é futuro dos brilhantes. Nós, os sem brilho, ficaremos com o árduo trabalho de descobrirmos novos rumos para a educação. Se chegaremos a um destino incomum e brilhante é uma incógnita. Resta-nos esperar. Afinal de contas os dois últimos semestres estão chegando (ou não – comentário que às vezes usam lá na aula).

Mas, saindo de lá comecei a lembrar e a ideia de escrever sobre isso vinha chegando forte, como enxurrada que leva tudo sem pedir licença. Lembrei dos quatro anos de pedagogia. Pois é, sou pedagoga e faço uso nenhum do meu diploma. Não que eu não queira, faltou-me um concurso, pois...

Voltando ao tema, penso que não há como esquecer determinadas situações, alguns comentários. Um que ficou gravado foi-me dito no estágio passado, de que eu precisava me organizar. Sim, pensei. Talvez eu fosse mesmo, mas creio que foi um equívoco de expressão minha e fui mal interpretada. Certo, nesta prática procurei não cometer o mesmo erro e, apesar de ter perdido boa parte do material porque o pendrive deu problema, entreguei meu portfólio com todas as informações possíveis, todos os vídeos utilizados em aula, minhas aulas que sobraram (as que a regente não pediu), os textos, o livro e tudo o mais que tinha usado. Prometendo que nunca mais ouvirei alguém me dizer que sou desorganizada.

Passei quatro anos em uma universidade estadual, colei grau em um janeiro há quatro anos, e logo depois ingressei em uma universidade federal. Panoramas um pouco distintos, mas nem tanto assim. E as pessoas que lá conheci continuam a ser as mesmas pessoas. Só não mais as vi. Estão no quadro e no convite de formatura, mas não estão no meu cotidiano. Continuam na minha história e isso será para sempre. Posso esquecer seus rostos, sua voz, mas estão lá, em algum lugar do passado.

Por isso, hoje, rumando para o 8º semestre começo a perceber que por faltar apenas dois para o final, certos laços precisam afrouxar um pouco. Não por displicência ou por falta de afeto, mas por desapego mesmo. As pessoas estão em nossas vidas como momentos, flashes que ficarão na memória, saudade... e noto que já estou começando a sentir saudade dos meus colegas. Um ano antes do baile de formatura, um ano antes do diploma e da valsa, um ano antes de tudo acabar para dar espaço a um novo começo.

Quatro anos e meio. É o tempo que dura para as relações se estreitarem. As angústias dos estágios, dos trabalhos, das apresentações de seminários e/ou em eventos serem compartilhadas. É o tempo para acontecerem alguns contratempos, reclamações, exclusões, abraços, aplausos. O palco ainda está iluminado, a plateia ainda está esperando a última cena e antes de fecharem-se as cortinas começamos a nos prepararmos para a tão temida defesa da monografia. Melhor pensar isso depois do recesso... melhor não esperar para pensar nisso. Um ano passa voando...

E no final...
Bem, no final o que restam são só as lembranças.

Obrigada turma.

Juzgado de la impaciencia

09/07/2010

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          Mientras el sol brilla imponente e imperial en el cielo muchas monarquías se caen en el suelo. Monarquías del egoísmo, de todo aquello que se juzga diferente. Todo mientras el sol calienta la tierra y el aire huele a verano aunque sea inverno.
          En una tarde como cualquier otra y sin que se pueda decir que no es un bello día. Gente por las calles, viviendo en un mundo interior, sin saber de donde vienen tampoco adonde van. Ojos ciegos, miradas a la nada. Palabras sueltas en la mente que no les dejan cambiar el camino.
         Yo veo todo eso en mi tonta imaginación que me hace pensar cosas tan absurdas em las cuales viajo sin conocer la dirección.
         Somos todos piezas de ajedrez. Somos todos impacientes. Todos intentando proponer nuestras historias a la gran historia. Somos locos que desconocen la locura. Mientras el sol brilla y bailan en el cielo pájaros la dulce melodía de la vida.
         Queremos no perder, pero no sabermos que juego empezamos, tampoco sabemos el premio que deseamos lograr. Personas que se van y vienen, impersonales como números de registros oficiales.
          Solemos juzgar al prójimo, sin excesiones. Juzgamos su cabello, su voz, su manera de caminar, su ropa, la casa donde vive, los amigos que tiene, el tiempo que gasta trabajando, el tiempo que usa para divertirse. Solemos juzgar sin medidas, aunque las medidas puedan no ser tan exactas.
          Juzgamos su dolor por no tenermos paciencia para enjugar sus lágrimas. Juzgamos su risa por desearmos su alegría. Llegamos hasta a juzgar su vida por compararnos a la nuestra. Solemos comentar que aquel o aquella no merece todo que ha conquistado por pensar que ellos no hicieron el esfuerzo necesario para alcanzarlo.Cuando alguien trabaja juzgamos sus horas libres, cuando no tiene empleo juzgamos su tiempo sin trabajar diciendo que es un holgazán.
         Todo gira a nuestro alrededor. No tenemos paciencia para salir de nuestra condición de jueces del ajeno. Tampoco nos recordamos que también somos evaluados por muchas y distintas miradas.
         Mientras el sol empieza a caer en el horizonte se caen nuestros disfraces. Olemos la noche que llega y pensamos que la poner nuestras cabezas en la almohada estaremos libres de la sentencia, de las cárceles en que pusimos nuestras almas. La cárcel que detiene la humanidad en el juzgado de la impaciencia.

09 de julho/2010